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CONTO

A história de Anthonya Sirberna

  Quando nasci meus pais me batizaram com nome Anthonya, pois o nome Antônia
tinha como significado de “valiosa” e eles sabiam que eu era especial. Tive uma
infância diferente das outras crianças, meu QI sempre foi muito alto. Minha primeira
palavra foi “matemática” com apenas um ano e meio de vida. Com cinco anos eu já
estava lendo livros com mais de 200 páginas e primeiro ano do fundamental, meio
surreal, eu sei.
   Aos meus 11 anos eu aprendi sobre um matemático chamado Carl Gauss, a partir
desse momento ele virou meu ídolo. Comecei a estudar tudo sobre ele e suas teorias.
   Ele era minha inspiração e eu queria o conhecer, mas eu vivia em 2404 e ele só viveu
até 1885. O motivo para eu falar sobre ele é que fui a primeira mulher com um dos QIs
mais altos a viajar no tempo. Aos com 16 anos comecei a trabalhar em um projeto de
máquina do tempo. Muitos falaram que eu não ia conseguir e que era impossível, mas
continuei a tentar.
   Passei um ano pesquisando sobre teorias e tentativas que não deram certo, no final
colhi muita informação e botei a “mão na massa”. De 2405 até 2410 falhei em todas as
minhas obras, eu ia desistir, mas um dia meu pai estava morrendo por conta de um
tumor que existia em seu cérebro e a última coisa que ele me falou foi: “seu sonho
para alguns são impossíveis, mas para alguém com sua inteligência e sua capacidade
pode ir muito além do que a mente humano pode ir”. Depois daquele dia eu fiquei mal
por muito tempo, mas me lembrei das ultimas palavras deles e pensei muito sobre
aquilo e não entendia o que aqui significava, não sabia se era uma metáfora ou uma
mensagem do que eu era, fiquei intrigada, mas tentei deixar de lado e voltei a
construir. Eu tinha as ferramentas e o material certo, porém faltava alguma coisa para
essa tentativa começar a dar certo, eu não sabia o que era, pois não funcionava com
energia ou outro tipo de eletricidade. Eu estava furiosa e muito mal, eu queria
orgulhar meu pai e seguir suas ultimas palavras, então me desabei em lágrimas pela
primeira vez depois dele ter morrido. A raiva estava consumindo meu corpo, até eu
socar minha mesa e soltar uma energia enorme para os lados, mas no mesmo
momento vi a maquina do tempo ligar.
   Eram três da madrugada, eu subi dei um beijo na minha mãe peguei minha mochila
que estava pronta a anos, fui na cozinha e escrevi uma carta do jeito antigo para minha
ela:

   Eu não sabia se ia dar certo, não sabia se podia morrer, não sabia se eu ia chegar onde
queria ir, mas de uma coisa eu sabia, que eu queria tentar independente das consequências.
Então, coloquei o relógio da maquina para 1840 em Brunswick, Alemanha, onde Guss
morava. Apertei no botão de iniciar, liguei os motores e esperei a mágica acontecer,
quando do nada uma luz branca saiu da máquina e me levou para uma sala clara e vazia, fiquei
ali por um tempo achando que tinha dado tudo errado, mas minha cabeça não tirava a ideia de
ter saído um tipo de “poder” da minha mão. Eu jurei pra mim mesma que eu iria estudar sobre
aquilo quando voltasse, e do nada a mesma luz que saiu da máquina, apareceu na minha
frente, porém preto e quando fui abri os olhos, lá estava, Alemanha em 1840.

   Eu tinha um mapa da época, já que sabia que minha tecnologia não iria funcionar e não
podia levar tipo de tecnologia do futuro em uma viagem do tempo, eu poderia acabar me
matando com a pressão que faria. Mas, primeiro precisava comprar comida e água potável já
que no futuro estava em falta água boa.

   Como meu pai era colecionador de moedas e dinheiro desse século eu roubei, ou melhor,
peguei emprestado sem devolução, fui em uma barraquinha e comprei as coisas. Todos
estavam me olhando e aquilo estava me incomodando então decidir dar uma volta pela
Alemanha e depois iria para a casa de Carls. Já estava anoitecendo, então, fui logo para contar
minha história e se ele podia me ajudar.
   Chegando lá bati na porta, mas ninguém me atendeu, bati novamente, até que a filha mais
nova e a única que morava com ele, abriu a porta para mim. Então, perguntei se podia falar
com Sr. Gauss, ela pediu para eu entrar e me sentar, me ofereceu água e enquanto isso eu
estava esperando a hora de ver meu ídolo. Quando ele entrou na sala e meu coração explodiu
de emoção, e ele perguntou:
     -Olá senhorita, desculpa a demora, estava estudando. O que fazes uma hora dessas na rua? –
ele me perguntou.
-   Ah senhor! Se eu contar, não sei se irá acreditar. – respondi
     -Já ouvi de tudo minha querida - Calr expressou - se acreditaram na minha capacidade com
matemática e fui julgado demais não irei fazer isso com você.
   Com medo eu o expliquei que vinha do futuro e que parecia loucura, mas eu vinha do ano
2410 e criei uma maquina do tempo, o que nenhuma mente humana foi capaz de criar, e se
ele me perguntasse alguma coisa sobre ele mais do futuro eu não poderia falar, porque
qualquer palavra que sair de mim pode mudar toda sua vida.
   Ele me pediu para eu mostrar a máquina e quando abri percebi que uma das peças estava
fora do lugar, então tentei ligar, mas não estava indo, comecei a entrar em desespero e
desmaiei. Só acordei no dia seguinte e quando me levantei para sair do quarto, fui procurar
Gauss e vi ele tentando concerta a máquina.

     -Bom dia, senhorita. Ontem não perguntei seu nome. –Ele falou.
     -Bom dia, meu nome é Anthonya Sirberna, senhor. – respondi.
     -Estava vendo se conseguia concertar a máquina, mas não conheço nem um pouco deste
material, parece de outro mundo haha.
     -É de outra época – nós rimos – isso se chama tecnologia, na minha época ela é muito
avançada, e olha que coloquei até coisas mais antigas.
     -Mas me diga Anthonya, por que eu? Por que aqui na Alemanha?
     -Eu aprendi a ler muito nova e no nono ano eu estudei de você na minha escola, antes que
pergunte, sim, você aparece em nossos livros como matéria haha . E a partir daí comecei a
estudar muito de você e virou meu ídolo, então meu maior sonho era te conhecer, mas sabia
que era impossível, até ter a ideia de criar a máquina do tempo, fiquei mais ou menos 7 anos
trabalhando nesse projeto e o mundo estava em guerra e precisava sair daquilo.
   Depois disso passamos o dia conversando sobre tudo, ele falou que podia ficar o tempo que
eu precisasse até concertamos a máquina, e esse tempo durou um pouco mais de um ano até
o dia que eu consegui montar tudo de novo,mas não conseguia ligar ela e então eu do nada
tive uma visão, não sei como, mas vi minha mãe deitada numa coma com pano na cabeça e
pálida. Eu sabia que era hora de voltar, mas não consegui fazer a maquina voltar á funcionar,
até que me lembrei que na primeira vez eu fiz sair uma energia de mim mas não sabia como
faria de novo, Decidi ir falar com Carls sobre isso, ele disse que aquilo era meio impossível,
mas disse que poderíamos tentar fazer de novo, expliquei que naquele mesmo dia eu desabei
por conta do meu pai que morreu, e que ele suas últimas palavras foram para eu não desistir e
com raiva soquei minha mesa, saindo um tipo de energia, amassando minha mesa junto.

Tentei várias coisas para tentar reativar esse “poder”, mas nada dava certo.
   Em uma noite estava chorando e me culpando com o que estava acontecendo com minha
mãe, e que eu ter sumido podia ter afetado o psicológico dela. Eu chorava e chorava, quando
peguei a máquina para ver se ligava, uma lágrima minha caiu em cima do motor e do nada ela
ligou, foi nesse momento que eu não era uma pessoa normal, mas deixei isso de lado e chamei
o Gauss, peguei minhas coisas e falei com ele:
     - Gaus, eu tenho certos poderes, um dia desses vi minha mãe em coma com câncer, e eu
preciso ir para ficar ao lado dela. Foi muito bom te conhecer e obrigada por me ajudar a
concertar a máquina, além que ela só voltou a liga quando uma lagrima minha caiu no motor,
é inacreditável isso senhor. Você é importante não só pra mim, mas para o mundo. Obrigada
por me mostrar que devemos sim acreditar nos outros. Ah! Nunca conte nossa aventura antes
do tempo.
   Ele balançou com a cabeça, e com os olhos cheios de lágrimas, me disse que foi muito bom
me conhecer e que foi uma experiência única. E foi ai eu lembrei que tinha trago dentro de
minha mochila uma maquina das antigas, e não sei como consegui viajar com ela, no final
tiramos varias fotos e deixei a máquina fotográfica pra ele, agradeci a filha mais nova dele por
tudo, redirecionei a máquina do tempo para 2412 no Brasil.

   Quando voltei a minha casa corri para o hospital onde minha mãe estava internada,
chegando lá eu desabei e pedi desculpa por ter sumido e ela só me fez uma pergunta:
     -Você conseguiu meu amor?
     - Sim mãe, conheci ele...
   O tempo foi passando e eu ia todo dia ao hospital. Eu desisti de todas as minhas teorias,
guardei a máquina do tempo, e fiquei cuidando da minha mãe já que ela passou sua vida
cuidando de mim, e a vacina do câncer não era compatível ao sangue dela. Deixei de estudar
meus “poderes” de lado, passei minha vida sem contar para ninguém já que tinha medo de
virar “rato de laboratório”. Fiquei esse tempo no hospital escrevendo e contando minhas
aventuras em um simples computador.

                         “Nunca desista daquilo que pode parecer impossível.”

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